O desmonte do racismo estrutural se dá nos mínimos detalhes. Por isso, separamos 10 expressões racistas que precisam sair do nosso vocabulário imediatamente. Confira abaixo:
1 - CRIADO MUDO
Apesar de muitas pessoas não saberem, o nome do móvel remete ao período da escravidão no Brasil, quando alguns homens e mulheres passavam dia e noite imóveis ao lado da cama para atender aos “senhores’’.
Substitua por: Mesinha lateral ou mesinha de cabeceira.
2 - DOMÉSTICA
Pessoas pretas eram tratadas como animais que precisavam de “corretivos”, serem “domesticadas”. O termo surgiu no século XVI, onde as escravas eram “domesticadas” através de tortura.
Substitua por: Diarista ou secretária do lar.
3 - LÁPIS COR DA PELE
Desde criança, é imposto que há só um tipo de cor de pele “bonito” e aceitável quando pintamos desenhos com o lápis “cor de pele” – geralmente, um bege clarinho, usado para representar peles brancas. É evidente que o tom não representa a pele de todas as pessoas, principalmente em um país como o Brasil.
Recentemente foi lançada a caixa de lápis de cor "tons de pele", que representa muito mais a diversidade de peles no nosso país.
4 - COR DO PECADO
Utilizada como “elogio”, se associa ao imaginário da pessoa negra hipersexualizada. A ideia de pecado é ainda mais negativa em uma sociedade pautada na religião cristã, como a brasileira, e que ainda reforça a ideia de que nascer preto é um pecado. NUNCA será pecado ser preto.
5 - INVEJA BRANCA
A expressão é associada a uma inveja “boa”, que não deseja o mal, reforçando a ideia de que a cor branca é positiva e a preta como negativa.
Substitua por: NÃO USAR! Inveja boa?!
6 - MULATA
O substantivo vem de MULA, um animal derivado do cruzamento entre um burro e uma égua. As filhas de homens brancos com mulheres pretas foram chamadas assim. Ao redor desse termo, também ronda todo um imaginário de hipersexualização das mulheres pretas – sendo o auge disso a expressão “mulata exportação”.
Substitua por: Preta/Preto.
7 - MORENO(A)
Assim como o termo “mulata”, este é utilizado por pessoas racistas para eufemizar os termos “preto(a)” e “negro(a)” – como se ser preto(a) fosse algo ruim. Chamam pessoas pretas de “morena” numa tentativa de embranquecê-las e também rondam esse termo imagens de hipersexualização.
8 - AMANHÃ É DIA DE BRANCO
O significado “dia de trabalhar” surge como a maioria dos resultados quando buscamos o termo no Google, negando que a expressão seja racista. Mas como não seria racista se pessoas pretas são sempre vistas como preguiçosas e “vagabundas” em nossa história? E o bom trabalhador sempre como um homem branco?
Substitua por: Amanhã é dia de trabalhar
9 - CABELO RUIM, CABELO DE BOMBRIL, CABELO DURO E “QUANDO NÃO ESTÁ PRESO, ESTÁ ARMADO”
A negação à estética é sempre “comum” quando vão se referir ao cabelo afro. São falas que se perpetuam de maneira naturalizada e contribuem para a negação dos outros e destroem a autoestima. Falar mal das características dos cabelos afro também é racismo.
10 - NÃO SOU TUAS NEGAS
A mulher negra sendo lida como “qualquer uma” ou “de todo mundo” indica a forma como a sociedade a enxerga: alguém com quem se pode fazer tudo, tratar como objeto. Escravas pretas eram vistas como propriedade dos homens brancos e utilizadas para satisfazer desejos sexuais em um tempo no qual assédios e estupros eram ainda mais recorrentes.
Substitua por: NÃO USAR!
Leia outros artigo sobre o tema no Blog da Troca:
9 exemplos de Racismo Estrutural no Brasil
Racismo estrutural - A vida após a Lei Áurea
Racismo no ambiente de trabalho